Os eventos corporativos vão muito além de entregar novos conhecimentos ao público. Uma experiência que envolve muito networking e entretenimento está constantemente presente nestes eventos que, só em 2019, reuniram mais de 13 milhões de ingressos vendidos aqui na Sympla.
Muitas vezes, o público já tem estes eventos reservados na agenda durante o ano, são apaixonados pela marca e pela experiência que ela oferece. Como reinventar a experiência de um evento corporativo num momento no qual apenas os eventos online podem acontecer?
Este foi o tema do Symplifique na Rede #Eventos Corporativos. Dessa vez, convidamos para a discussão Shandra Ferrari, Content da VTEX Day, Bernardo Dinardi, Sócio-Fundador da TM1 Brand Experience, Denis Bevacqua, Diretor de Eventos da Resultados Digitais e Gabriel Temponi, Head de Marketing da Sympla.
Quer entender como estes grandes players do mercado brasileiro estão se reinventando durante a pandemia, além de dicas para manter o seu evento relevante e ativo neste momento? Confira:
1. A reinvenção como necessidade
Em um cenário de mudanças, é natural procurarmos agir de imediato, para saber o que e como fazer para sobreviver. Mas, antes, é preciso dar um passo atrás. “É fundamental entender o contexto de como essas coisas mudaram e o que aconteceu com times, investimentos, equipes e como esse ecossistema está lidando para manter patrocinadores e o público fiéis”, afirma Gabriel Temponi.
“Começamos 2020 com a melhor perspectiva para o mercado de Branding Experience”, conta Bernardo Dinardi, da TM1. “Em função da mudança de cenário, vimos a necessidade de alcançar outro objetivo. Recebemos a notícia do cancelamento do SXSW, que havia sido o nosso maior investimento, e depois o cancelamento em sequência dos maiores eventos pelo mundo… Nós iríamos assumir o prejuízo, ficar em casa e esperar o que iria acontecer ou reconstruir o nosso negócio? É o que estamos fazendo agora.”
Segundo Shandra Ferrari, a crise também pegou o VTEX Day de surpresa, exigindo mudança de objetivos a curto prazo. “Vimos que teríamos que tomar alguma atitude, mesmo a 30 dias do evento. Lidamos com uma agenda de quase 200 palestrantes, então precisamos ter muito respeito e cuidado com isso, ter a visão geral do que está acontecendo e tomar decisões rápidas. O evento principal passou para 2021, mas também nos organizamos para eventos online. O que levamos um ano para planejar, precisamos fazer em 15 dias. Tivemos que estudar tudo de novo e ver o que continuava fazendo sentido. Para o nosso time, migrar para o online está sendo um aprendizado gigante.”
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2. Oportunidade para a inovação
Na TM1, a reinvenção acabou se tornando o foco total do negócio – e também a melhor escolha, mesmo em meio à crise. “Vimos nosso business virar da noite pro dia. Se não tomássemos a decisão de fazer isso, de inovar e focar no nosso time de tecnologia, talvez não estivéssemos aqui contando essa história. Vimos uma oportunidade de nos especializar nesse novo mundo e entregar conteúdo com muita qualidade para esse público. Hoje estamos colhendo muitos frutos positivos, temos uma gama de clientes maior, e quando o mercado de eventos voltar, teremos dois produtos diferentes, com uma sinergia muito grande entre o presencial e o online”, contou Bernardo Dinardi.
Para a VTEX Day, o panorama foi semelhante. “Quando cancelamos o evento, ainda tinha gente querendo comprar ingressos”, conta Shandra. “Por isso, resolvemos fazer o VTEX DAY Connect para levar adiante no formato online os nossos conteúdos para todos os participantes. Pessoas do Brasil inteiro participaram – e quando conseguiríamos fazer isso se não fosse no online? Estamos lançando produtos novos num contato diário com o público, para entregar conteúdos durante o ano inteiro – e também para patrocinadores.”
3. O conteúdo de um evento corporativo online
Eventos online e presenciais são muito diferentes e, por isso, precisam de estratégias distintas. Para Denis Bevacqua, da Resultados Digitais, os eventos corporativos possuem características que ajudam a delimitar o conteúdo quando se pensa em um evento online. “O grande diferencial de um evento corporativo é que você entende muito bem o que precisa gerar, se é branding, se é leads ou desafiar concorrentes… É preciso extrair isso e tentar levar para esse novo projeto no formato online. Esses objetivos podem funcionar de forma paralela, igual ou totalmente sincronizada, mesmo que você esteja entregando apenas uma palestra.”
Já Shandra ressalta a importância de manter a atenção do público em um ambiente online – algo que requer estratégias diferentes de um evento presencial. “Dentro do nosso evento, o principal pilar é o conteúdo. Começamos com algo inspiracional e depois seguimos com cases, palestras e tudo que acontece no mercado. Para a versão online do VTEX DAY Connect, buscamos trazer o conteúdo de um jeito mais direto e objetivo, porque precisa prender a atenção, fazer com que a pessoa tenha dúvidas e que tire essas dúvidas. Tem que ser bem objetivo e mão na massa”, explica.
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4. O futuro da curadoria para eventos
A curadoria de um evento é uma construção que não se faz de uma hora pra outra. E neste momento, é preciso ter ainda mais sensibilidade para o que você deseja trazer para a sua produção. “O primeiro passo é sempre definir a estratégia e o objetivo do projeto. A partir daí, você pode pensar que tipo de patrocinador ou palestrante vai te ajudar a passar essa mensagem. Tudo que você colocar para contar essa narrativa, o participante vai olhar e extrair uma mensagem. Cada marca presente no seu evento vai transmitir uma mensagem. É olhar uma por uma e conversar para garantir o match com a sua empresa”, afirma Denis Bevacqua.
Bernardo Dinardi destacou a importância de alinhar a curadoria do evento ao formato em que ele será produzido. “Talvez um palestrante que é muito bom no palco, pode não ser muito bom no online. Esse é um dos grandes fatores para garantir a fluidez e a preparação do evento. Isso faz com que a audiência se engaje muito mais.”
5. Garantindo o networking e a geração de negócios
Há muitas dúvidas sobre como estimular o networking e trazer resultados para patrocinadores durante um evento que não acontece presencialmente. Mas para o Diretor de Eventos da Resultados Digitais, as possibilidades de interação e de entregas são ainda maiores.
“O evento online permite um alcance muito maior da sua marca e traz muito mais dados que o evento presencial. A chave do evento online nessa linha de conexões é entender onde o público está, com quem ele quer se conectar e como fazer esse match entre eles. Esse ciclo pode ter uma duração muito maior do que o presencial, é possível fazer ações pré, durante e pós-evento”, ressalta Denis Bevacqua.
Para Bernardo Dinardi, também é momento de cuidar da cadeia da produção de eventos, mesmo no online, para garantir a geração de negócios. “Sem essa cadeia não entregamos nada. A inovação precisa estar no nosso time e nas iniciativas, mas trazendo para perto essas pessoas, valorizando o relacionamento a longo prazo com esses parceiros. Se essa cadeia não resistir, nada disso será possível quando voltarmos ao normal.”
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6. Dicas para quem precisou cancelar ou adiar seus eventos
Não existe uma receita a se seguir, já que cada evento tem seus objetivos e seu próprio formato. No entanto, Denis, Shandra e Bernardo foram unânimes sobre a importância de analisar seu próprio público e os dados do seu evento para aprender, antes de seguir em frente com novas decisões.
“Essas pessoas são e vão continuar sendo seus clientes. Entender o seu público é importante, entender o que está faltando pra ele, o que ele está sentindo falta no seu evento ou no seu produto, fazer pesquisas…A partir daí, você tem ideias de produtos e conteúdos que normalmente você não pararia para pensar. Aí você pode fazer coisas realmente relevantes, com algo que chame a atenção nesse momento”, afirma Shandra.
“O organizador de eventos nunca olha para dados. Use esse tempo para aprender. Na Resultados Digitais, por exemplo, investimos pesado em benchmark e pesquisa com a nossa equipe, aproveitando esse tempo para se relacionar, trocar e fornecer informações para quem precisa. Quando a gente for voltar, seja físico, presencial ou híbrido, teremos o máximo de insumo para tomar a melhor decisão”, contou Denis.
Gabriel Temponi complementa: os profissionais de eventos têm uma responsabilidade enorme nas mãos. “Nesses anos todos, entregamos muito conteúdo e eventos inesquecíveis para o público. É uma responsabilidade nossa usar o melhor do que a gente sabe fazer para trazer de volta ao mundo eventos ainda melhores, mais emocionantes e seguros, olhando para as necessidades das pessoas como nunca fizemos.”
Quem se adaptar neste momento poderá construir relações e eventos mais intensos com seu público no futuro. E você, o que acha da ideia? :)