Se você já foi para Recife, com certeza conhece ou já ouviu falar na Macuca. A Macuca constitui uma entidade cultural de Pernambuco, com sede no Sítio Macuca, em Correntes, nas proximidades de Garanhuns, sendo Ponto de Cultura oficialmente reconhecido pelo Ministério da Cultura. Manifesta-se tanto como folguedo popular de rua quanto como evento.
Como folguedo, suas aparições acontecem através do Boi da Macuca, irreverente grupo de cultura popular surgido em 1989 da imaginação do Capitão Zé da Macuca, idealizador do projeto.
O Boi sai em cortejo em todos os festejos da Macuca, no Sítio ou fora dele, notadamente no São João da Macuca e no Carnaval de Olinda. Originalmente, era acompanhado por instrumentos tradicionais do forró: sanfona, pífano, zabumba, triângulo, pandeiro, ganzá, entre outros. No repertório, está o cancioneiro natural do lugar, como as obras de Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Em 2015, nasceu a ideia de convidar a Orquestra de Frevo do Maestro Oséas para os cortejos.
A partir da presença da orquestra e do inevitável aumento de custo, Rudá Rocha, filho do Zé da Macuca, e sua equipe resolveram fazer o primeiro baile carnavalesco em 2016, com o objetivo de arrecadar recursos para os cortejos que fazem no início do ano em Olinda.
Eles ainda organizam eventos próprios sediados no Sítio, tais como o Macuca do Mundo (festival de arte livre), o Macuca Brinquedos Populares (festival de cultura tradicional) e o São João da Macuca. Fora dos limites do Sítio, são produzidos o Baile da Macuca em Olinda (prévia de carnaval) e o Arraial da Macuca em Olinda (prévia de São João).
Batemos um papo com Rudá Rocha, produtor e organizador das festas da Macuca, para entendermos um pouco mais da história do projeto e de suas expectativas. Confira:
Rudá Rocha – Produtor do Baile da Macuca
1. Em poucas palavras, qual é a proposta do Baile da Macuca?
No contexto carnavalesco, imagino que as principais marcas do Boi da Macuca sejam o repertório tocado pela orquestra e a junção de artistas que trabalham a música popular tradicional com artistas que trabalham músicas contemporâneas do cenário independente de Pernambuco.
Além dos frevos originais, a orquestra toca, com arranjos de frevo, canções de Luiz Gonzaga e Dominguinhos já existentes no repertório desde a época da formação com os instrumentos do forró. Assim, a multidão que segue o cortejo vivencia uma interação entre forró e frevo e entre festas de épocas distintas: São João e carnaval.
Atualmente, outra novidade foi inserida no repertório: músicas de artistas pernambucanos independentes, a exemplo de Otto, Banda Eddie, Academia da Berlinda e Orquestra Contemporânea de Olinda, ganharam arranjos de frevo. Uma junção entre a tradição centenária das orquestras de frevo e a vanguarda dos músicos pernambucanos.
Outro ponto interessante é que o repertório diferente (que enseja ensaios frequentes) e os cortejos no carnaval e no São João incentivam a atividade da orquestra o ano todo, quebrando a sazonalidade tão comum das orquestras de frevo.
Essa comunicação entre cultura tradicional e contemporânea também acontece na programação do baile. Por exemplo, agora em 2018, as atrações foram a Orquestra de Frevo do Maestro Oséas, DJ Lala K e Banda Eddie.
2. Qual a estratégia para cativar e conseguir a adesão do público a cada edição?
A estratégia principal é trabalho e dedicação intensos, com o objetivo de alcançar o máximo possível de qualidade em diversos aspectos, mantendo sempre um conteúdo de relevância cultural. Na parte artística, especialmente na programação musical do baile e dos cortejos e na arte que dá origem à camisa, aos demais produtos e aos desdobramentos de design para peças de divulgação. Na prestação do serviço da festa ao público e aos artistas. Na comunicação nas redes sociais. Nos registros de foto e vídeo. Enfim, o esforço é no sentido de ter uma agenda fortemente apoiada na cultura popular (como o forró e o frevo) com o merecido tratamento de qualidade, em conjunto com entretenimento para o público.
3. Há alguma história interessante para nos contar sobre a trajetória do Baile da Macuca?
Penso que uma das partes mais bacanas do baile é o fato de ser construído sempre por amigos. Até hoje, nas três edições, da equipe de produção aos artistas, todos são amigos da Macuca. E o resultado é sempre um clima de muita confraternização no dia da festa.
Um fato interessante, que envolve o carnaval e consequentemente o baile, é a oportunidade em que surgiu a ideia de convidar a Orquestra do Maestro Oséas para tocar com a Macuca. 30 dias antes do carnaval 2015, eu quebrei o pé e não me recuperei a tempo. Folião apaixonado que sou, assisti ao carnaval inteiro de uma janela da Rua do Amparo. Na terça, meu pai fez uma visita e nós dois passamos o dia todo vendo agremiações e orquestras passando na rua. Conversa vai, conversa vem, aparece a ideia de convidar uma orquestra para os próximos cortejos, só que tocando o repertório que a Macuca já tinha. Quando Zé pergunta qual orquestra seria, eu, admirador que já era, cravei sem titubear: a Orquestra do Maestro Oséas!
4. Como a Sympla ajuda o Baile da Macuca e o que esperam da nossa parceria?
Sobre a Sympla, sobram elogios de nossa parte. Acho excelente o sistema de processamento de vendas que engloba ingressos online e físicos em uma única plataforma de apuração em tempo real, o controle de acesso ao evento via validação de QR Code e a riqueza de informações fornecidas para elaboração de estratégias futuras. Enfim, nosso único desejo é de manutenção do formato da parceria atual e da qualidade de atendimento que a Sympla Recife nos destina.
Utilizando a ferramenta de compartilhamento por níveis de acesso da Sympla, a produção do Baile da Macuca pode administrar seus eventos junto aos seus colaboradores com total segurança. Assim, ao determinar acessos individuais para cada um, eles eliminam a necessidade de compartilhar sua conta – permitindo que cada colaborador tenha seu próprio login e senha.